Biólogo e apresentador Richard Rasmussen está na região para produção de vídeos sobre os dinossauros da Quarta Colônia

Biólogo e apresentador Richard Rasmussen está na região para produção de vídeos sobre os dinossauros da Quarta Colônia

Foto Ciro Cabreira

O apresentador (à esq.) esteve no Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (CAPPA) para produção de conteúdo audiovisual. Na foto, também, o chefe do CAPPA, Rodrigo Temp Muller e o pesquisador Sérgio Cabreira (à dir.)

Parque Aventura Jurássica, em Balneário Camobriú (SC), tem feito uma divulgação importante dos fósseis de dinossauros encontrados na região da Quarta Colônia para cerca de seis mil visitantes aos fins de semana. Os pesquisadores Ciro e Sergio Cabreira, que fazem parte do Projeto DinOrigin e atuaram como consultores do Parque, contaram um pouco dessa história no programa Bom Dia, Cidade! da Rádio CDN 93.5 FM na manhã desta quarta-feira (13). E estavam bem acompanhados.

O biólogo e apresentador paulistano Richard Rasmussen, conhecido pelos seus programas sobre a vida animal e a natureza selvagem em canais da TV aberta e fechada (como Record TV, SBT, Band e NatGeo), também participou da conversa. Ele está na região para a produção de vídeos sobre os fósseis de dinossauros encontrados aqui para o parque Aventura Jurássica e também para os quase 6 milhões de seguidores de seu canal no YouTube.


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Ele conta que foi contratado pelo Parque para produzir conteúdos audiovisuais e destaca que o Aventura Jurássica é o único que aborda um período geológico que ainda não viu em outros parques: o Triássico. Fósseis de dinossauros dessa época, os primeiros do mundo, foram encontrados justamente na região central do Estado. 

– Já vi vários parques que usam entretenimento, mas a preocupação do Aventura Jurássica é muito interessante, porque eles realmente abordaram a coisa de um lado muito científico. Eles procuraram os paleontólogos daqui e fizeram essa reconstrução. É um túnel do tempo, porque entramos no período Triássico e saímos no Jurássico e Cretáceo, atravessando todas essas eras. Então eu vim para a região com a missão de fazer programas para o nosso canal e para o Parque. Vim para aprender  – conta Rasmussen.

Réplica do dinossauro Stauricossauro pricei, cujos fósseis foram encontrados em Santa Maria, no parque temático Aventura Jurássica, em Balneário Camboriú (SC)Foto: Divulgação


No projeto Brasil Biomas, expedição para documentação audiovisual do país, o apresentador percorreu os biomas brasileiros por nove meses, mas confessa que veio pouco até os pampas:

– Geralmente vou para Amazônia e Pantanal porque tem mais animais. Mas eu quero fazer as pessoas olharem para uma área e se encantarem, perceberem sua história. Que coloquem a mão em uma rocha e digam: isso tem 500 milhões de anos – disse Rasmussen, em referência às formações rochosas de Caçapava do Sul. 

DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Os irmãos Ciro e Sérgio Cabreira foram os responsáveis pelo reconhecimento da região de Santa Maria no Guinness, o livro dos recordes, como local onde foram encontrados os fósseis dos dinossauro mais antigos do mundo, de 230 milhões de anos atrás.

O importante trabalho do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (CAPPA), ligado à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), também estará no foco das produções de Richard Rasmussen. Um estudo de paleontólogos do Centro já chegou a ser capa da revista Nature, o maior periódico científico do mundo.

Rasmussen conta que produzirá três programas sobre os dinossauros da região da Quarta Colônia. A primeira produção, que deverá ir ao ar em seu canal no Youtube ainda em dezembro, tratará, justamente, sobre o trabalho do CAPPA. 

– Iremos até lá abrir alguns gavetas e cofres, olhar para os fósseis e contar histórias. Quero mostrar como é, de fato, o trabalho de um paleontólogo, em um caráter mais científico. É interessante porque depois as pessoas podem ir até o Parque Aventura Jurássica  – diz o biólogo. 


Réplica do dinossauro Gnathovorax cabreirai no Parque catarinense. Seu fóssil foi descoberto em 2014, em São João do Polêsine

O paleontólogo Sérgio Cabreira conta que estar aqui na região é uma oportunidade ímpar para Richard Rasmussen e sua produção. Ele reforça que o CAPPA é uma das instituições mais relevantes do Brasil:

– Temos  profissionais ali que estão fazendo um trabalho magnífico para a ciência gaúcha, brasileira e internacional. Então queremos colocar o Richard dentro desse contexto e depois que ele conseguir tocar e enxergar os fósseis desses raros espécimes encontrados, nós vamos levá-lo aos afloramentos rochosos onde alguns desses materiais foram encontrados. O Richard tem essa capacidade de pegar as informações do mundo científico e fazer essa transição importante por meio da comunicação social.

Questionado sobre a vinda à região e se Santa Maria poderia, quem sabe, sonhar com um parque aos moldes do catarinense Aventura Jurássica, Rasmussen apontou que "depende da própria ciência".

– A ciência somente agora está percebendo que a divulgação é que vai levar à conservação. Não adianta o prefeito ter vontade se o "dono do dinossauro" está guardando os achados à sete chaves e ninguém toca. A ciência tem que ser um pouco menos ciumenta e entender que ela está a serviço da sociedade. O cientista não é Deus, ele tem que descer do palco, como vocês hoje [Ciro e Sérgio Cabreira] e dialogar com a plateia. E no caso da região aqui, você não têm réplicas. São os próprios dinossauros. Poderia montar um grande museu – reflete Richard Rasmussen.


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